quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Comentários - documentário "A História das Coisas"




Leiam o comentário e procurem o documentário no YouTube.
O documentário é muito interessante, pois nos faz pensar em
todo o processo existente por trás dos produtos que consumimos
.



Quando compramos um produto, não paramos para pensar como ele foi feito, quem o fez, de que ele foi feito e muito menos para onde ele vai. Algumas poucas pessoas conscientes buscam entender o processo, da extração e produção até a venda, consumo e posterior descarte. Mas a pergunta que não quer calar é: será que se todos fossem conscientes do que acontece no processo de produção dos produtos que nos cercam, será que seria diferente? Será que o ato de consumir desenfreadamente - e muitas compulsivamente - diminuiria? Provavelmente não, pois a publicidade, com suas técnicas, nos faz ter certeza de que não somos bons o suficiente se não possuirmos este ou aquele produto. É deprimente, mas a realidade em que vivemos é essa.

Outro dado alarmante trazido pelo documentário é que os Estados Unidos tem 5% da população mundial, e mesmo assim consumem 25% de todos os recursos produzidos em nosso planeta. Isso nos leva a pensar no profundo egoísmo e falta de visão do ser humano. Quase todos os seres humanos destroem recursos naturais e produzem lixo (e o descartam em lugares inapropriados) e poluição sem pensar nos danos que isso trará ao futuro. Mas para algumas pessoas é difícil pensar que o panfleto jogado na rua hoje será um dos elementos causadores de uma enchente amanhã. “Não viverei para sempre”, dizem essas pessoas. Sim, mas os filhos, netos e bisnetos de quem agride a natureza estarão vivendo no planeta daqui a muitos anos. E aí, como fica? Em que espécie de planeta as gerações futuras viverão? Lembrando que os que jogam “um simples pedaço de papel no chão” são os mesmos que reclamam que o bairro em que moram “sempre alaga quando chove”...

Confesso que fiquei deprimida com o vídeo. É difícil pensar que muito do que compramos é proveniente de trabalho escravo e destruição de recursos naturais. E é mais difícil ainda pensar que denúncias como essa nunca chegarão ao grande público, pois o conteúdo desse vídeo não é do interesse dos poderosos que comandam nossos hábitos de consumo. Ao assistir o vídeo, lembrei de um fato ocorrido no último fim de semana. Costumo assistir o programa “Vida e Saúde” que passa na RBS todo sábado às 8h da manhã (sim, é um horário/dia muito complicado para sair cedo da cama, mas a maioria das matérias valem a pena). Na última edição do programa, foi veiculada uma matéria sobre a campanha mundial “Segunda Feira Sem Carne”, que chegou ao Brasil no final de 2009. Na minha opinião, é uma campanha muito importante (e não acho isso só porque sou vegetariana) que serve para conscientizar as pessoas de que o consumo de carne, além de fazer mal a saúde, destrói recursos naturais. É do conhecimento de todos que a pecuária contribui amplamente com o aquecimento global. Uma campanha dessa importância mereceria uma matéria em horário nobre na televisão, mas... quem é mesmo um dos patrocinadores do horário nobre da Globo? A Sadia. Uma empresa que vive da exploração animal (além da humana). Então, quem são os culpados mesmo pela falta de informação da maioria da povo?

Um comentário:

Éderson Lumertz Izé disse...

Muito legal tanto o texto quanto o vídeo. Penso eu que, da forma que vai, a crise do sistema pode diminuir e talvez chegar perto do fim. Vai demorar. O ideal seria que uma emissora do tamanho da Globo veiculasse um vídeo brasileiro parecido com este, porém mais dinâmico, porque esse é informativo e demasiadamente chato. Sobre o consumo, onde o sistema for capitalista o negócio será focado no consumo. E eles pegam inclusive nossas feridas. Daqui uns dias terpa show do Metállica em POA, em março, ainda por confirmar, Guns N'Roses. A turma que se diz rockeira e ficar de fora se sentirá excluída da sociedade, por que? Tem que ir! Nunca mais teremos essa chance! Talvez. Mas para a confecção dos ingressos irão árvores fora, no dia do show haverá consumo de bebidas e comida. A movimentação de dinheiro, enquanto há dinheiro, é inevitável. Nós somos pêgos, se não pela carne, por outro tipo de consumismo, que no final, é o mesmo.